UM BRASIL POR FAZER É preciso remontar, na história mais ou menos recente, para localizar um ano tão simbólico da prepotência e da arrogância dos donos do poder, a da imaturidade do País, como 2005.
Por Mino Carta
2005, ao se encerrar, presta-se a uma conclusão e a uma pauta. Encadeadas. Houvesse dúvidas, cairiam: o Brasil é país imaturo, marcado por uma espécie de inviabilidade, até hoje orgânica, com a democracia. Com a contemporaneidade. Com o próprio progresso, embora inscrito na bandeira.
Tal a conclusão, ao considerar a elite predadora e o povo resignado. E o abismo que separa a minoria feroz, incompetente, pretensiosa, e a maioria, larguíssima, submissa e atônita. Cordial, já houve quem dissesse.
Não é por acaso que o Brasil é vice-campeão mundial em má distribuição de renda, bate recordes nos números da criminalidade, exibe índices de escolaridade ínfimos e mantém em vida doenças endêmicas erradicadas no resto do planeta.
Não é por acaso que os poderes da República portam-se freqüentemente como debochados em bares do arrabalde, que o ódio de classe ainda viceja com extrema virulência, que a mídia é o sabujo dos senhores, e que, mais do que nunca, vale a regra vetusta: aos amigos tudo, aos inimigos a lei.
É preciso remontar, na história mais ou menos recente, aos tempos do golpe de 1964, e do posterior golpe dentro do golpe, para localizar um ano tão simbólico da prepotência e da arrogância dos donos do poder, a da imaturidade do País, como 2005.
Quanto à pauta de 2006, faísca na sombra. Temos, todos nós, brasileiros sempre esperançosos, um Brasil por fazer. É tarefa imensa como o tamanho da Terra e do tempo perdido, mas seria bom se os primeiros passos fossem dados logo mais.
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