(Mensagem rimada para os cariocas - nativos ou por escolha - que, não satisfeitos com as pedras atiradas pela concorrência, se entregam à prática da auto-flagelação, denegrindo com palavras e atos a belíssima cidade onde vivem.)
Cidade Maravilhosa
cheia de encantos tais,
que a galera que aqui vive
sequer os percebe mais...
Mineiro que sou, confesso
minha contrariedade;
O que me deixa possesso
é ver os filhos da terra,
os donos desta cidade,
em crise de estupidez,
criarem a hora e a vez
de outros, menos dotados,
os chamarem de coitados.
Coitado por que, meu chapa?
Culpado de que, mermão?
O melhor lugar do mapa,
sem nenhuma pretensão,
É este aqui - o meu Rio.
Apesar da violência,
da pobreza e da carência
que a insensata competência
da imprensa tanto invoca,
eu digo, em sã consciência:
ninguém há de plagiar
a alma do Carioca.
Troca de lado, irmão:
defende o teu, ou então
descobre outro Brasil.
Vai pra lá, seja feliz...
Vai procurar no estrangeiro
(em Nova Iorque ou Paris),
o que tanto te faz falta.
Amor, futuro e dinheiro,
pouca gente percebeu,
estão aqui, companheiro!
Dá valor ao que é teu;
trabalha, que tudo muda.
Ajuda, não atrapalha!
O destino de quem malha
essa cidade querida
é juntar-se à canalha
que nos atazana a vida...
Deixa para os odiosos
insensíveis de plantão
os esforços invejosos
e insanos de destruir,
de falir os nossos planos
e gerar mais tititi.
Fica na tua: nem um pio!
Se campeia a falcatrua,
campeia em todo o Brasil
bairro a bairro, rua a rua,
e não apenas no Rio,
Cidade Maravilhosa,
cheia de encantos mil,
pela qual sou todo prosa,
da qual me orgulho de fato,
apesar de ser mineiro!...
Termino aqui o meu ato
de protesto; e certeiro,
lanço um derradeiro grito:
Ame o Rio de Janeiro!
Papo de mineiro aflito,
que agradece,
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