CNBB diz que Lula fez do Brasil um "paraíso financeiro"
Quarta, 1 de março de 2006, 15h08
O secretário Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Odilo Pedro Scherer, afirmou hoje que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva decepcionou a população e que, sob seu mandato, o Brasil se transformou em "um paraíso financeiro".
"Sabemos que os governos têm limites, mas não podemos deixar de dizer que a sociedade tinha expectativas de políticas sociais e de combate à pobreza mais eficazes", declarou Scherer na entrevista coletiva na qual apresentou a Campanha de Fraternidade da Igreja Católica para este ano.
Scherer criticou as políticas econômicas conservadoras aplicadas por Lula desde que assumiu o poder, há três anos, e disse que essas não garantiram o crescimento e beneficiaram somente os banqueiros, que obtiveram no ano passado "lucros históricos" e hoje vêem o país como "um paraíso financeiro".
"São políticas que concentram a renda em vez de distribuí-la", afirmou, e lembrou que o crescimento da economia brasileira no ano passado (2,3%) foi o mais baixo registrado em toda América Latina, com a exceção do Haiti.
Em referência às eleições presidenciais de outubro, Dom Odilo Pedro Scherer destacou que "a população vai querer saber o que cada um dos candidatos propõe para gerar trabalho e renda, e para reduzir a sangria de recursos que acabam nas mãos dos grandes bancos".
Sobre as políticas sociais do governo Lula, o bispo acrescentou que, além de terem "decepcionado", foram combinadas com uma política econômica "que não está orientada para a inclusão social". Segundo ele, existem "lacunas e descompassos" no combate à pobreza e às desigualdades sociais no País, ao comentar as políticas sociais do governo.
"Existem necessidades não devidamente contempladas. O fato é que a superação da pobreza, a geração de emprego e a segurança precisam de nova atenção das políticas públicas".
De acordo com Dom Odilo Scherer, a realidade do Brasil requer que sejam feitas constantes revisões das políticas sociais do governo. "Se ao longo do caminho percebe-se que existem camadas da sociedade que não estão sendo suficientemente atendidas pelas políticas sociais, então é preciso rever", afirmou. Agência Brasil
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