abobrinhas de minha horta: idéias, opiniões completamente parciais, assumidas e sem disfarces, mudanças de opinião se necessário for, criações de minha lavra, cópias descaradas (com os devidos créditos!), textos, imagens, poemas, músicas, notícias, úteis, fúteis e o que mais der na telha...






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|quarta-feira, agosto 31|

CAMPOS DE CARVALHO


No início de 1970 tive um namorado que me apresentou ao PÚCARO BÚLGARO, de Campos de Carvalho, e me lembro que amei.
Depois li A LUA VEM DA ÁSIA e, na época, tive outro pequeno orgasmo literário...
Como sou uma pessoa que - para a felicidade dos outros e infelicidade minha - devolvo livros emprestados, nem que seja depois de um longo tempo - pois ninguém é perfeito - durante muito tempo tive vontade de relê-los sem poder.
Há alguns anos, por volta de 99 ou 2000, não sei ao certo, andei dando uma busca na web e encontrei um site onde tinham esses dois livros em pdf e mais algumas notas sobre o autor, que morreu em 1998, e salvei tudo.
Fiquei feliz por poder reler os livros que tanto tinha gostado e, na minha desorganizada organização, salvei tudo numa pastinha, feliz da vida, e depois me esqueci completamente.

Outro dia lendo uma entrevista do Inagaki no blog da Esther vi que ele citava o Campos de Carvalho e aí me deu um "tóimmmm" e meus decrépitos neurônios pularam de felicidade.

Dei uma busca nos meus velhos diretórios sobreviventes dos velhos micros e encontrei!!! Inclusive algumas notas de e sobre o Campos, que vou colocar aqui pois observei, em listas literárias que frequentei, que ele não é muito conhecido embora eu o considere genial:
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CAMPOS DE CARVALHO

Ficha corrida: WALTER CAMPOS DE CARVALHO nasceu em 1º de novembro de 1916, em Uberaba, Minas Gerais. Em 1938 formou-se em direito, tendo se aposentado como procurador do estado de São Paulo. Campos de Carvalho morreu em abril de 1998. Dizem que não havia sequer gente suficiente para carregar o caixão. O que também não quer dizer nada.

--------------------


"Serei tão herege assim, eu que nem sequer nunca pensei em criar um deus à minha imagem e semelhança e em adorá-lo com subserviente hipocrisia?"

"Sei que poderia aplicar-me em outras coisas, mas todas inúteis: tudo é inútil. Levei milhões de anos para chegar a esta sórdida conclusão, eu e meus antepassados; deve significar alguma coisa. Também fiz trapaças, e sobretudo comigo, para converter-me a alguma coisa, em alguma coisa: dizia o Credo em voz alta, todos os credos, postava-me de joelhos, de cócoras, as pernas para o ar, batia-me no peito como numa porta: o mais que consegui foi enrijecer estes músculos, o que será um dia o meu cadáver, ou já é."


"Na hora de filosofar todos querem filosofar, a verdade é que nos deixam com esta solidão dentro da noite, dentro do útero, como um feto podre."

"Deixe-me passear o que resta de mim entre estas árvores seculares, os sapatos à frente para abrir caminho, estes óculos para proteger-me do pranto fácil, as mãos nos bolsos simulando uma ocupação que elas não têm, o umbigo voltado na direção do poente. É tudo o que sei fazer, pobre de mim, pobre de nós."

"A verdade é que já nascemos órfãos, todos: mas isso eu não digo."

"Ou talvez seja isso justamente o que esteja acontecendo, o que sempre aconteceu, as mesmas coisas sempre as mesmas, apenas passando de um dia para o outro como se fossem outras. A mesma cara no espelho por exemplo, e a paisagem na janela, e os amigos que chamam ao telefone, a obrigação de fazer ou não fazer, a hora de defecar, o Deus nas alturas, os impostos, a gargalhada sempre igual, a demagogia do governo, a ameaça de guerra, a guerra, as palavras de cada dia e de todos os dias - que sei eu?, e que não sei eu?"

"O grande pátio onde de manhã tomamos sol nem sempre tem sol, o que demonstra a incúria do governo e a irresponsabilidade daqueles a quem pagamos para que nos dêem sol, já que não nos podem dar a liberdade."

-------------------------------



A LUA VEM DA ÁSIA
(trecho do livro)

Primeira Parte

Vida Sexual dos Perus

Capítulo Primeiro

Aos dezesseis anos matei meu professor de Lógica. Invocando a legítima defesa - e qual defesa seria mais legítima? - logrei ser absolvido por 5 votos contra 2, e fui morar sob uma ponte do Sena, embora nunca tenha estado em Paris.

Deixei crescer a barba em pensamento, comprei um par de óculos para míope, e passava as noites espiando o céu estrelado, um cigarro entre os dedos. Chamava-me então Adilson, mas logo mudei para Heitor, depois Ruy Barbo, depois finalmente Astrogildo, que é como me chamo ainda hoje, quando me chamo.

A primeira mulher que possuí foi sob a ponte do Sena, em pleno coração do meu Paris imaginário; e ainda me lembro de que ela me sorria com uns dentes que refletiam as estrelas e as lâmpadas do cais adormecido, e dizia-me coisas numa língua que eu não conhecia. Paguei-lhe à vista, e subi eufórico em direção a uma rua de onde vinham sons de uma mandolinata inenarrável, e que se esvanecia à medida que eu me aproximava, e que acabou por desaparecer de todo. Sentei-me no chão, aturdido, acendi um cigarro e deixei que ele fumasse por si mesmo, e depois morri tranqüilamente, dentro da noite calma. (...)


estou compartilhando este presente que a web me deu com quem quiser baixar "A Lua Vem da Ásia" em pdf: clique aqui

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O PÚCARO BÚLGARO
(trecho do livro)

Explicação Necessária


Se a Bulgária existe, então a cidade de Sófia terá que fatalmente existir. Este o único ponto no qual parecem assentir os que negam e os que defendem intransigentemente a existência daquele país, desde os tempos antediluvianos até os dias pré-diluvianos de hoje.

Neste livro não se pretende firmar nenhuma verdade definitiva sobre essa imortal controvérsia, em que pese ao número crescente de pseudoviajantes e outros aventureiros que, munidos de documentos irrefutáveis, provam ou tentam provar a cada passo o seu respeitável ponto de vista – escudados muitas vezes no prestígio de assembléias ou conferências as mais internacionais. O autor pessoalmente, e é o que se verá, já teve oportunidade de conhecer e mesmo de entabular conversação com mais de um relutante búlgaro, e até mesmo com uma búlgara, todos de uma reputação acima de ilibada e merecedores da maior estima e simpatia: mas como também já viu de perto alguns fantasmas e até o próprio Diabo, reserva-se o direito de só opinar definitivamente sobre o assunto depois que outros mais abalizados ou afortunados o tenham feito, à luz das novas ciências ou das que porventura ainda estejam por surgir. (...)


"O Púcaro Búlgaro" : clique aqui

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|domingo, agosto 28|

BENZA DEUS, INA!


Não tenho intimidade com ele mas, folgada que sou, o chamo de biscuit, na maior cara de pau, pois ele tem zoim pussadim e é de uma galanteza...
Pois bem, agora fui dar uma olhadinha lá, nos seus escritos e eis que sua página está fora dor ar por excesso de tráfego!
Benza-o deus, guri!
:)))

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|sábado, agosto 27|

EM TERRA DE OLHO...


Por falar nisso, como já dizia Nelson Cavaquinho, não estou bem certa mas estou quase certa, acho que essa é do Millôr, talvez da época do antigo Pasquim:

Em terra de olho quem tem um cego... Errei!

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CPIs E GUERRA DE CEGOS


Na edição de hoje, dia 27, do Globo o cabeçalho é este:
Desorganização e guerra de egos ameaçam CPIs só que eu, troncha como ando, com horários truncados e preocupações a dar com o pau li assim:
Desorganização e guerra de CEGOS ameaçam CPIs



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ZERO VÍRGULA UM POR CENTO


Greve de professores

Recebi ontem, através de meu filho, que estuda no Pedro II, Humaitá, este comunicado e apóio a greve dos professores. Acho que os meninos não podem ser mais prejudicados do que já estão sendo ensinados por professores desinteressados e revoltados - com toda a razão! - por terem de virar cabides de emprego e sobreviver com salários indignos.

Primeiro tivemos 8 anos de arrocho sob o jugo do pedante e arrogante FHC, que se achava muito fino e tinha aspirações a ser um grande intelectual poliglota (embora com o pé na cozinha, como dizia, na época, o Millôr em "O DIA") e que tinha a audácia de chamar os miseráveis velhinhos aposentados de malandros, embora ele próprio acumulasse aposentadorias, e que congelou os salários dos servidores, aposentados e pensionistas durante todo o seu governo.

Agora, temos que aturar um semi-analfabeto megalômano, loroteiro e chorão, que se jactancia da "maioria" de votos obtidos da população através de lorotas e promessas deslavadas (e não cumpridas), inclusive a do aumento aos servidores...

Enquanto em Brasília larápios de diversos partidos e seus cupinchas se refestelam em milhões de dinheiro público desviado, paraísos fiscais, cegueira, lama e pizza, o governo de "esquerda" que ficou, em poucos anos, mais à "direita" que a própria "direita", tem a coragem de oferecer aos professores um aumento de 0,1%. Não é piada!!!! ZERO VÍRGULA UM POR CENTO !!!! Não consigo acreditar... Será possível? Se tiver havido um erro de impressão e, na realidade o substancioso aumento for de 1% (UM POR CENTO) façamos o cálculo baseados num suposto valor de R$1500,00
R$1500,00 x 0,1%= R$ 1,50 (UM REAL E CINQUENTA CENTAVOS)
R$1500,00 x 1% = R$ 15,00 (QUINZE REAIS)

Clique na imagem da carta do comando de greve que recebi e escaneei e leia!






Ah! Só mais uma coisinha: na época da ditadura tivemos o "Milagre Brasileiro", a economia foi muito bem, obrigado, e daí? Até hoje cortamos na carne o preço do "Milagre"!
De que adianta a economia ir tão bem se as pessoas estão tão insatisfeitas e vão tão mal?

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|quarta-feira, agosto 24|

XANGÔ AGANJÚ




XANGÔ - ARQUÉTIPO

O arquétipo de Xango é aquele das pessoas voluntariosas e enérgicas, altivas e concientes de sua importância real ou suposta. Das pessoas que podem ser grandes senhores, corteses, mas que não toleram a menor contradição, e, nesses casos, deixam-se possuir por crises de cólera, violentas e incontroláveis. Das pessoas sensíveis ao charme do sexo oposto e que se conduzem com tato e encanto no decurso das reuniões sociais, mas que podem perder o controle e ultrapassar os limites da decência. Enfim, o arquétipo de Xango é aquele das pessoas que possuem um elevado sentido da sua própria dignidade e das suas obrigações, o que as leva a se comportarem com um misto de severidade e benevolência, segundo o humor do momento, mas sabendo guardar, geralmente, um profundo e constante sentimento de justiça.
descer sobre a terra!!

Xangô, como todos os outros imolè (orixás e ebora), pode ser descrito sob dois aspectos: histórico e divino.
Como personagem histórico, Xangô teria sido o terceiro Aláàfìn Òyó, "Rei de Oyó", filho de Oranian e Torosi, a filha de Elempê, rei dos tapás, aquele que havia firmado uma aliança com Oranian. Xangô cresceu no país de sua mãe, indo instalar-se, mais tarde, em Kòso (Kossô), onde os habitantes não o aceitaram por causa de seu caráter violento e imperioso; mas ele conseguiu, finalmente, impor-se pela força. Em seguida, acompanhado pelo seu povo, dirigiu-se para Oyó, onde estabeleceu um bairro que recebeu o nome de Kossô. Conservou, assim, seu título de Oba Kòso, que, com o passar do tempo, veio a fazer parte de seus oríkì.
Dadá-Ajaká, filho mais velho de Oranian, irmão consanguíneo de Xangô, reinava então em Oyó. Dadá é o nome dado pelos iorubás às crianças cujos cabelos crescem em tufos que se frisam separadamente. "Ele amava as crianças, a beleza, e as artes; de caráter calmo e pacífico... e não tinha a energia que se exigia de um verdadeiro chefe dessa época". Xangô o destronou e Dadá-Ajaká exilou-se em Igboho, durante os sete anos de reinado de seu meio-irmão. Teve que se contentar, então, em usar uma coroa feita de búzios, chamada adé de baáyàni. Depois que Xangô deixou Oyó, Dadá-Ajaká voltou a reinar. Em contraste com a primeira vez, ele mostrou-se agora valente e guerreiro, voltou-se contra os parentes da família materna de Xangô, atacando os tapás.

Xangô, no seu aspecto divino, permanece filho de Oranian, divinizado porém, tendo Yamase como mãe e três divindades como esposas: Oiá, Oxum e Obá.
Xangô é viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Por esse motivo, a morte pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma casa atingida por um raio é uma casa marcada pela cólera de xangô. O proprietário deve pagar pesadas multas aos sacerdotes do orixá que vêm procurar nos escombros os èdùn àrá (pedra de raio) lançados por Xangô e profundamente enterrados no local onde o solo foi atingido.
Esses èdùn àrá (na realidade, machado neolíticos) são colocados sobre um pilão de madeira esculpida (odó), consagrado a Xangô. Tais pedras são consideradas emanações de Xangô e contém o seu àse (axé), o seu poder. O sangue dos animais sacrificados é derramado, em parte, sobre suas pedras de raio para manter-lhes a força e o poder. O carneiro, cuja chifrada tem a rapidez do raio, é o animal cujo sacrifício mais lhe convém. Fazendo-lhe também oferendas de amalá, iguaria preparada com farinha de inhame regada com um molho feito com quiabos. É, no entanto, formalmente proibido oferecer-lhe feijões brancos da espécie sèsé. Todas as pessoas que lhe são consagradas estão sujeitas à mesma proibição.

Na Bahia, diz-se que existem doze Xangôs: Dadá; Oba Afonjá; Obalubé; Ogodô; Oba Kossô; Jakutá; Aganju; Baru; Oranian; Airá Intilé; Airá Igbonam, e Airá Adjaosi.
Reina uma certa confusão nessa lista, pois Dadá é irmão de Xangô; Oranian é seu pai, e Aganju, um de seus sucessores. Também na Bahia acredita-se que Ogodô é originário do território Tapá, e que segura dois "oxés" quando dança, sendo o seu èdùn àrá composto de dois gumes. Os Airá seriam Xangôs muito velhos, sempre vestidos de branco e usando contas azuis (segi) em lugar de corais vermelhos, como os outros Xangôs. Ao que parece, teriam vindo da região de Savê.

do livro "Orixás - Pierre Fatumbi Verger - Editora Corruppio"
em Candomblé en Brasil
---------
aganju

[Do ior.]
S. m. Bras. Rel.
1. Nos candomblés nagôs, a mais jovem das variedades de Xangô.

in Aurelio Sec XXI

---------


AGANJÚ


(Carlinhos Brown)

Te esperei na lua crescer
Ví cadeira boa sentei
Espirrei na tua gripei
Por ficar ao léo resfriei

Você me agradou me acertou
Me miseravou, me aqueceu
Me rasgou a roupa e valeu
E jurou conversas de deus

Aganjú
Aganjú
Aganjú
Aganjú
Aganjú
Aganjú

Quem sabe a labuta quitar
Sabe o trabalho que dá
Batalhar o pão e trazer
Para a casa o sobreviver

Encontrei na rua a questão
Cem por cento a falta de chão
Vou rezar prá nunca perder
Essa estrutura que é você

Aganjú
Aganjú
Aganjú
Aganjú
Aganjú
Aganjú




canta Bebel Gilberto

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|domingo, agosto 21|

REPASSANDO


A Cora publicou no blog dela e pediu que repassássemos a notícia e, como detestaria ter meu nome usado indevidamente por gente 171, repasso o post inteiro...
----------------------
171!
Lembram daquela turma de escritores que anda por aí querendo subvenção do governo para passear e para custear o seu ócio supostamente criativo?

Pois agora, além disso, deram de falsificar assinaturas.

Vejam só o que recebi da minha amiga Carol Vigna-Marú, filha da escritora Elvira Vigna:

USO INDEVIDO do nome da minha mãe:

"descubro, horrorizada, que meu nome consta como tendo assinado uma carta escrita por ademir assunção contra a revista veja, a respeito da idéia de obter financiamento público para escritores escreverem seus livros.

sou contra esta idéia, embora ninguém tenha pedido minha opinião.

não sei o que fazer contra esse abuso de usarem meu nome.

vou deixar este post por aqui até ver o que eu faço.

o nome da tal da carta que eu não assinei é 'o jornalismo manipulador de veja se volta contra escritores' e está datada de 15/07/05.

porra, que abuso, caralho."


POR FAVOR AVISEM A TODOS QUE ESTA CARTA ALEGADAMENTE ESCRITA POR ADEMIR ASSUNÇÃO FALSIFICOU ASSINATURAS.

Amigos, por favor espalhem isso em seus blogs. Parece que a única defesa que resta às pessoas de bem deste país é sair berrando...

link
---------

ATENÇÃO: correção da notícia no site da Carolina Vigna-Marú em 24/08/2005
>>>LEIA AQUI<<<
e no
>>>blog da Cora<<<

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|sábado, agosto 20|

CILADAS INTERNÉTICAS


Tem gente que acha que os outros são trouxas... Olha o email que recebi... Será que alguém é burro de clicar no link que, aliás, é um executável???

------------


fabiofbi10@yahoo.com.br

Olá,

Meu amigo me desculpe pela minha fraqueza, sinto muito em não poder te falar pessoalmente, fico ate meio constrangido em te falar mais me sinto na obrigação de te avisar, abra o olho você está sendo traído meu amigo.

Eu sei que é difícil de acreditar mais como as imagens valem mais que as palavras, estou te enviando essas fotos para que você veja com seus próprios olhos. Se cuida um grande abraço.

Aqui as fotos!!! (aí o link...) http://www.gratisweb.com/tetraindo/traicao.exe%0D%0A
--------------------

Ainda por cima, quem escreve essas abobrinhas malévolas é meio semi-analfabeto...
grrrrrrrr.... ai meu saco!!!!

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NERVOSA E IRRITADA...



Tenho andado meio nervosa e irritada... :))))

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|sexta-feira, agosto 19|

MULATO INZONEIRO


Brasil, meu mulato inzoneiro!

(Fausto Wolff)

Os jovens que pensam estão revoltados com o país que receberam dos mais velhos. Graças ao golpe programado de 64, muitas lideranças políticas morreram na fonte. Os pais desses jovens, portanto, não atuaram politicamente e o que sobrou foi essa escumalha que vemos em Brasília com as raras exceções que fazem a regra. Muita sujeira rolou por baixo da ponte de 64 para cá, mas nem a TV Globo nem a grande imprensa conseguiram alienar todos ao mesmo tempo. Resultado: existe uma gurizada no Brasil hoje em dia que quer saber da verdade e não aceita mentiras. A grande maioria não leu Marx nem se diz comunista, mas não coopta a assassina desigualdade social, assim como Lula cooptou todo o mundo que não o considerava um profeta autêntico.

Vivemos um momento histórico singular, como singulares foram todos os conflitos entre exploradores e explorados. Em todas essas lutas no decorrer dos séculos - de Spartacus, o escravo que queria ser livre - até os dias de hoje, os explorados perderam mas acabaram sempre ganhando alguma coisa. Oficialmente ninguém trabalha de graça como nos tempos feudais, embora no Brasil isso aconteça. Oficialmente, ninguém trabalha mais 16 horas por dia de pé, numa fábrica, por uma paga que mal dá para a comida, mas no Brasil isso acontece. Agora os trabalhadores comem menos, pois o dinheiro do Fome Zero (Rir, rir, rir! Diversão para toda a Família) foi para os que comem demais.

Oficialmente, as crianças não trabalham, mas, no Brasil, o número sobe a quase 3 milhões. Enfim, oficialmente, os pobres teriam ganho alguma coisa, mas, como são em número maior, se reproduzem mais rapidamente, o que, naturalmente, aumenta o número de desempregados, a desagregação familiar, o uso de drogas, a criminalidade, a prostituição e cosi via. Logo, o que é oficial é uma mentira. O número de desempregados (no Brasil, extra-oficialmente, seriam quase 50 milhões) aumentou também porque o capital, em vez de produzir, prefere aplicar seu dinheiro: daí as lavagens, as contas na Suíça, as informações privilegiadas sobre mudança de câmbio etc.

Agora o Valerioduto escancarou: ninguém faz nada para o povo. As grandes obras são out-doors de produtos transnacionais e filmes para débeis mentais. A última obra visando ao bem-estar do povo (pois um povo culto, educado, que se alimenta e sabe dos seus direitos pode construir um grande país que pode ser grande sem matar seus trabalhadores) foi a construção dos Cieps, e esses foram abandonados.

Não acredito em nenhum economista brasileiro nem mesmo nos soi-disant de esquerda, cuja rebeldia acaba quando são chamados para dar consultoria ao poder. É claro que se pode viver com as contradições do sistema capitalista-neoliberal-imperial-colonialista, desde que se esteja na boca. No nosso caso, a classe média, que jamais teve vergonha ou ideologia, sempre serviu de intermediária entre o grande capital e o povo. Em seus oito anos de delinqüência, FHC quase conseguiu acabar com boa parte dela. Lula, certamente, tentou exterminá-la dando prosseguimento à política do hoje bilionário ex-presidente.

A Câmara e o Senado funcionam normalmente como se nada houvesse acontecido. Perplexo - o quanto a fome lhe permite - o povo aguarda uma palavra de Lula. A primeira não valeu. Esta palavra ele não pode dizer porque, desconfio, tem sotaque ianque. Promessas internacionais não se descumprem assim do dia para a noite e a nossa dívida externa - não fiz a conta - já deve ser maior do que a da Alemanha para com os aliados depois da Primeira Guerra. Se Lula tem alguma autoridade - o que duvido - por que não despede um homem que tem ficha na Polícia Federal, o ministro presidente do Banco Central Henrique Meirelles? Não se preocupe, Lula, que ele não vai passar fome. Só a aposentadoria do Banco de Boston é de US$ 750 mil.

no Caderno B - JBOnline

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|quinta-feira, agosto 18|

el Dúbio Soares


el Dúbio Soares depondo na CPI do mensalão...

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|quarta-feira, agosto 17|

Tudo como dantes


Tudo como dantes num boteco do Leblon
de João Ubaldo Ribeiro

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Em vez de um bolo vai uma música, que já cantei e adoro, para a Helô com um grande beijo de feliz aniversário! Parabéns querida!



50 ANOS


Cristóvão Bastos - Aldir Blanc



Eu vim aqui prestar contas
de poucos acertos, de erros sem fim
eu tropecei tanto às tontas
que acabei chegando ao fundo de mim


O filme da vida não quer despedida
e me indica, acha, a saída e pede socorro

onde a lua encanta o alto do morro
e gane que nem cachorro
correndo atrás do momento que foi vivido


Venha de onde vier
ninguém lembra porque quer
eu beijo na boca de hoje
as lágrimas de outra mulher


Cinquenta anos são bodas de sangue
casei com a inconstância e o prazer
Perdôo a todos não peço desculpas
foi isso que eu quis viver


Acolho o futuro de braços abertos
citando Cartola eu fiz o que pude
aos cinquenta anos insisto na juventude.


(o negrito é meu...) :)


canta o "príncipe" Paulinho da Viola

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|terça-feira, agosto 16|


Nome profético: JACINTO LAMAS

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|segunda-feira, agosto 15|






Sabiá com Trevas

(Manoel de Barros)

IV

(a um Pierrô de Picasso)
Pierrô é desfigura errante,
andarejo de arrebol.
Vivendo do que desiste,
se expressa melhor em inseto.

Pierrô tem um rosto de água
que se aclara com a máscara.
Sua descor aparece
como um rosto de vidro na água.

Pierrô tem sua vareja íntima:
é viciado em raiz de parede.
Sua postura tem anos
de amorfo e deserto

Pierrô tem o seu lado esquerdo
atrelado aos escombros.
E o outro lado aos escombros.
.................
Solidão tem um rosto de antro.


Publicado no livro Arranjos para Assobio (1982).

em Itaú Cultural

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|domingo, agosto 14|



Coitado do Carequinha, que foi, junto com o falecido Arrelia, um dos palhaços da minha infância...
Pensar que ao 90 anos de vida e 85 de carreira ia ter seu nome arrastado na lama desse jeito...
Se eu fosse ele processava essa corja toda!

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Duas de ALGUMAS NOTHAS do MILLÔR que me fizeram dar umas gargalhadas na madrugada:
--------------------------

Democracia

Lula, defensor do analfabetismo como neocultura, vai enviar ao Congresso uma MP proibindo a elitista ordem alfabética.


Antibiológico

Nem a ciência ficou de fora: Valério conseguiu desmoralizar até o DNA.

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|sexta-feira, agosto 12|


Recebi da Cidinha :)))

Diga não à super-exploração dos animais!!!!


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Acho que o "excelentíssimo" se superestima e subestima a todos... que discursinho inconvincente e chinfrim, sô!
Pra quem na semana passada estava fazendo discurso zagalliano pegou muito mal...

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e-indignacao.com.br

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ÚLTIMA ORAÇÃO

de Dôra Limeira


Pai, roubaram minha bolsa. Onde está minha carteira? Onde esconderam meus documentos, identidade, ce-pê-efe, contas a pagar? Preciso encontrar os recibos de água, luz, telefone, televida, telemorte, televisão. Cortaram minha vida. Onde estão meu nome, filiação e endereço, meu tipo de sangue, o celular e o relógio? Perdi meu estado civil. Amputaram minha pátria. Cadê meu lindo país, minha cidade, minha rua, meus filhos, minha casa? Pai, cortaram minha bolsa no planalto central, naquele palácio de muitos poderes, palácio de alvoradas e toques de recolher. Ali, naquele antro de luxo, em reuniões ordinárias, extraordinárias e solenes, entoaram réquiens para os velhos, jogaram cinzas sobre o trabalho. Ao som de um hino nacional, enxovalharam bandeiras de luta e incineraram todas as utopias. Eu não tinha medo de ser feliz. Pisotearam minhas crenças, meu salário, meu pão de cada dia. É tarde. Já se escutam os primeiros toques de recolher. Eu estou com medo. Pai, por que me abandonaste? Tenho sede e já não sei a quem devo entregar o meu espírito.

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O carecão é mesmo um cara-de-pau, hein?


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Vamos e venhamos, pensar em reeleição num momento como este revela uma insensibilidade e um despreparo sem par...


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|quinta-feira, agosto 11|


Você mente???
Pois o Duda Mendonça não mente...


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|terça-feira, agosto 9|


Nem tudo é triste em política... Esta eu recebi por email e estou aqui me acabando de rir. :)
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Placas de sinalização para o Pan-Americanos de 2007

A Governadora Rosinha, pensando nos gringos que vêm ao Rio de Janeiro para os Jogos Pan-Americanos de 2007, já mandou escrever as placas de sinalização dos bairros da cidade em duas línguas:

* German Mountain - Morro do Alemão
* Big Field - Campo Grande
* Little Field - Campinho
* Nice to meet you - Encantado
* Will go now - Irajá
* To walk there - Andaraí
* Dry Square - Praça Seca
* Set fire - Botafogo
* Customers - Freguesia
* Set black people free - Abolição
* Very very holy - Santíssimo
* Wait a minute - Paciência
* Setting free - Livramento
* Good Success - Bonsucesso
* Very deep island - Ilha do Fundão
* Grandson Rabbit - Coelho Neto
* High School - Colégio
* Happy view - Vista Alegre
* Hard Cover - Cascadura
* Priest Michael - Padre Miguel
* Mercy - Piedade
* It's very cheap! - Pechincha
* Nice stay - Benfica
* Bless you - Saúde
* Flag Square - Praça da Bandeira
* Flagmen Funtime - Recreio dos Bandeirantes
* Small Farm - Rocinha
* All Saints - Todos os Santos
* Mary of Grace - Maria da Graça
* Holy Cross - Santa Cruz
* Hello, smile - Olaria
* Mango Tree - Mangueira
* Inside Mill - Engenho de Dentro
* New Mill - Engenho Novo
* Alligator to the water - Jacarepaguá

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|domingo, agosto 7|


Essa busca do ICQ via Google é realmente um show! Descobri a dica lá na Suely!
Só que em vez de colocar o nome do blog coloquei meu sobrenome e descobri coisas que até deus duvida! :))))

Mas uma delas, que gostei de montes, foi ver uns versos meus publicados na ANA (Agência de Notícias Anarquistas)



Carne de pescoço


Gosto dos malucos, doidos, desgraçados
exagerados, tristes, apaixonados
que praticam um suicídio tão diário
por sentirem tanta sede e gana de viver

Gosto dos que crêem na própria insanidade
por saberem-se humanos, limitados, miseráveis
e com isto exercitam a humildade
conscientes de estarem aprisionados
nesta pobre casca humana até morrer

Não gosto de ares de superioridade
(os parâmetros são tão tênues e precários!)
não concedo a ninguém autoridade
- Oh, esses deuses e deusas sectários -
pontificando sobre a vida e o que fazer

Pois na minha prisão de carne e osso
sou única, sou livre, sou colosso
sou meu anjo e meu algoz, fora-da-lei
sou coisa feita e carne de pescoço.

Eliane Stoducto

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Show de Marianna Leporace, Willians Pereira e Tavito de convidade especial

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|sexta-feira, agosto 5|


Esther Bittencourt (do Porcas e Parafusos) e Ana Laura Diniz são as síndicas, Fabia Vitiello (a Fal, do Drops) é uma das condôminas e Idelber Avelar (o gato do Biscoito Fino e a Massa) um dos entrevistados, a arquitetura do site é obra do Fabio Sampaio (do Caryorker)... Querem mais???
Então vocês terão tudo isso e o céu também no novo Jornal Online CONDOMÍNIO BRASIL!!!!
Vão correndo, pessoal, estão esperando o quê? :)))

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"Sempre apostou todas suas fichas no futuro. Perdeu."

(Maray Furnari)


em A Casa das Mil Portas, projeto com centenas de microcontos escritos por blogueiros brasileiros e portugueses, criado por Nemo Nox

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|quinta-feira, agosto 4|


Esta o Manoel Agrestino mandou pra mim por e-mail... Tudo a ver com toda essa podridão que se esparrama sobre a pátria...

A implosão da mentira

-Afonso Romano de Sant'Anna-

Mentiram-me.
Mentiram-me ontem
e hoje mentem novamente.
Mentem de corpo e alma completamente.
E mentem de maneira tão pungente
que acho que mentem sinceramente.

Mentem sobretudo impunemente.
Não mentem tristes,
alegremente mentem.
Mentem tão nacionalmente
que acham que mentindo história a fora
vão enganar a morte eternamente.

Mentem, mentem e calam
mas as frases falam e desfilam de tal modo nuas
que mesmo o cego pode ver a verdade em trapos pelas ruas.
Sei que a verdade é difícil e para alguns é cara e escura,
mas não se chega à verdade pela mentira
nem à democracia pela ditadura.

Evidentemente crer que uma flor nasceu em Hiroshima
e em Auschwitz havia um circo permanentemente.

Mentem, mentem caricaturalmente,
mentem como a careca mente ao pente,
mentem como a dentadura mente ao dente
mentem como a carroça à besta em frente,
mentem como a doença ao doente,
mentem como o espelho transparente
mentem deslavadamente como nenhuma lavadeira mente ao ver a nódoa
sobre o rio
mentem com a cara limpa e na mão o sangue quente,
mentem ardentemente como doente nos seus instantes de febre,
mentem fabulosamente como o caçador que quer passar gato por lebre
e nessa pilha de mentiras a caça é que caça o caçador
e assim cada qual mente indubitavelmente.

Mentem partidariamente,
mentem incrivelmente,
mentem tropicalmente,
mentem hereditariamente,
mentem, mentem e de tanto mentir tão bravamente
constróem um país de mentiras diariamente.

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Fraterno abraço
Manoel Carlos

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Estou acabando de ter meu primeiro engulho matinal ao ver na Globonews um trecho de um discurso do presidente.
Assumo minha parcela de culpa, ou melhor, responsabilidade, pois fui uma das milhares de pessoas crédulas a ter acreditado na probidade de corruPTos. Não tenho partido. Detesto o FHC mas nunca fui petista, embora tenha desde 1982, diversas vezes, votado em alguns de seus candidados. E, como tantos outros milhares de otários, estou pagando o preço, pois tenho de ter recorrer a uma tonelada de antiemético toda vez que me arrisco a espiar o quadro político do país...
Como estou tendo de conviver com graves problemas pessoais (alzheimer em pessoas que amamos é um passo para o inferno) e não tenho tido a menor possibilidade de escrever, faço das palavras do Ubaldo as minhas, pois ele, além de tudo, tem humor. :)
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Não é por aí

João Ubaldo Ribeiro

Tenho tido a impressão de que, no meio de toda a confusão em andamento no país, há uma tendência a cultivar-se uma certa compaixão pela situação do presidente da República. Ele é visto e descrito como isolado, abandonado e traído e cheguei a ler diversas vezes que nem mesmo quer falar com correligionários e colaboradores históricos, tais como o dr. Genoino e o dr. Dirceu. Não sei se é verdade e o sentimento de compaixão pelo semelhante é dos mais nobres que a natureza humana pode abrigar. Mas, no caso, não compartilho desse sentimento, até mesmo porque o presidente até agora não deu ousadia aos súditos de explicar sua posição no imbróglio, nem parece estar disposto a dar. Quem quiser que especule sobre se ele sabia de todo ou de parte do esquema de corrupção que continua a ser exposto. O jeito com que ele aparece em público é o de quem não está nem aí e tem pouco ou nada a ver com os escândalos que envolvem seu partido e acontecem durante sua gestão.

No tom de bravata que caracteriza muitos de seus pronunciamentos, vem insistindo em que a elite o está sabotando, para inviabilizar sua administração ou mesmo apeá-lo do poder. E ele, como um David desafiando o Golias corporificado na elite, não baixará a cabeça, como disse em público. Tudo bem, mas há uma dificuldade generalizada em saber que elite é essa, tão contrariada pelo seu governo ou sua figura. Em primeiro lugar, no topo da elite política está ele mesmo, encabeçando o Poder Executivo num regime presidencialista que dispõe até mesmo de um instrumento de feição ditatorial, por ele usado e abusado, a famigerada Medida Provisória, tão vilipendiada antes. Em segundo lugar, se bem entendemos a palavra, que elite ele vem contrariando? Só se for a famosa gafieira Elite, onde quiçá ele terá abusado da umbigada de maneira folgazã. O FMI o cobre de elogios, os bancos nunca estiveram tão felizes, os interesses dos poderosos não foram nem estão sendo prejudicados. Apesar de alegações em contrário, nenhuma reforma significativa se concretizou e não se pode argumentar que ele está realizando um governo dirigido aos que se costuma vagamente chamar de interesses populares.

Aliás, quem está mais elite do que ele? Nestes dois anos e pouco, temos um presidente que já foi comparado ao imperador do Japão, como símbolo de seu povo, talvez não divino como no Japão, mas imperador de qualquer forma. Em palavras que ele pronuncia com freqüência, seu governo é dos melhores, senão o melhor, que o Brasil já experimentou. Declarou não ter pecados. E, mais recentemente, afirmou, em outras palavras (não lembro as exatas e faço este parêntese só para dizer que não estou tentando distorcer nada, até porque seria burrice, diante de tantas testemunhas), ainda não haver nascido brasileiro, homem ou mulher, para ensinar ética a ele.

A tentação me vem, sigo o conselho de Oscar Wilde e não resisto a ela. Será que ele, em algum momento secreto de solidão, não se imagina futuramente santo? O falecido Papa João Paulo II, já candidato à canonização, se referia de vez em quando a seus pecados. O presidente, não os tendo, leva uma boa vantagem. Quanto a ainda estar para nascer um brasileiro com estatura ética suficiente, é bem verdade que Irmã Dulce já nasceu e morreu, mas, se viva fosse, dificilmente teria o que ensinar a ele, assim como outros heróis, mártires e abnegados brasileiros, entre nós ou já finados.

Não, vamos admitir (não tenho certeza plena, mas vamos admitir) que essa possibilidade é forçação de barra de minha parte. Mas não forço a barra quando vejo, como muitos outros, que ele agora recorre à sua força junto ao chamado povão, que nem sabe bem o que quer dizer “elite”, e se dedicará ao contato direto com esse povo, já que a situação política institucional chegou ao ponto em que está e poderá piorar, em grande parte porque ele tomou posse mas não assumiu seus deveres apropriadamente, fiando-se num esquema de resultados catastróficos. Então a palavra “elite”, embora completamente descabida, vaga e destituída de pertinência, serve para esse uso especial.

Até mesmo porque se sabe que o chamado povão imagina que quem paga os impostos roubados e não aplicados em benefício dele são os ricos. Portanto, eles que se danem, lá na tal elite. Pagar imposto, para a maioria, é desembolsar o Imposto de Renda ou o IPVA. A ninguém ocorre que um mendigo que ganhe cinco reais vai tomar uma mordida do governo que pode chegar a a um percentual da esmola bastante significativo. Se o mendigo, que, como qualquer companheiro, também tem direito a isso, tomar uma cervejinha, comprar um maço de cigarros e um sanduíche, o governo terá abocanhado um belo naco da esmola. Mendigo paga uma carga pesada de impostos, assim como quem paga as cestas básicas “gratuitas” são seus próprios “beneficiários”, em última análise. Todo mundo sabe que rico não paga Imposto de Renda, a mesma coisa podendo ser dita de um número considerável de bancos.

Aí fica fácil (ou ficava; para mim ficava, cada vez menos fica) levar o povo no gogó. A elite é o demônio, está causando esse descalabro todo, quer desmoralizar ou pelo menos enfraquecer de vez o presidente, mas este conta com a força do apoio popular e pode desdenhar e fingir ignorar o que se passa, não é com ele. Só que, em versões diversas mas essencialmente as mesmas, já vimos esse filme e sabemos no que invariavelmente dará, ainda mais com os nossos irmãos mais ao norte do jeito em que andam. Finjam por um instante que eu sou elite, porque tenho uma coluna neste jornal. Então, na condição de elite, insisto em fazer minha parte e dizer: “Pelo amor de Deus, presidente, o que eu menos quero no mundo é que o senhor deixe o poder, de que forma for! O que eu quero é que o senhor assuma logo!”

Publicado em 31 de julho de 2005

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|segunda-feira, agosto 1|


Azul da cor do mar

(Tim Maia)


Ah, se o mundo inteiro me pudesse ouvir
Tenho muito pra contar
Dizer que aprendi
Que na vida a gente tem que entender
Que um nasce pra sofrer
Enquanto o outro ri
Mas quem sofre sempre
tem que procurar
Pelo menos vir a achar
Razão para viver
E na vida algum motivo pra sonhar
Ter um sonho todo azul
Azul da cor do mar.


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