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|quarta-feira, agosto 31|

CAMPOS DE CARVALHO


No início de 1970 tive um namorado que me apresentou ao PÚCARO BÚLGARO, de Campos de Carvalho, e me lembro que amei.
Depois li A LUA VEM DA ÁSIA e, na época, tive outro pequeno orgasmo literário...
Como sou uma pessoa que - para a felicidade dos outros e infelicidade minha - devolvo livros emprestados, nem que seja depois de um longo tempo - pois ninguém é perfeito - durante muito tempo tive vontade de relê-los sem poder.
Há alguns anos, por volta de 99 ou 2000, não sei ao certo, andei dando uma busca na web e encontrei um site onde tinham esses dois livros em pdf e mais algumas notas sobre o autor, que morreu em 1998, e salvei tudo.
Fiquei feliz por poder reler os livros que tanto tinha gostado e, na minha desorganizada organização, salvei tudo numa pastinha, feliz da vida, e depois me esqueci completamente.

Outro dia lendo uma entrevista do Inagaki no blog da Esther vi que ele citava o Campos de Carvalho e aí me deu um "tóimmmm" e meus decrépitos neurônios pularam de felicidade.

Dei uma busca nos meus velhos diretórios sobreviventes dos velhos micros e encontrei!!! Inclusive algumas notas de e sobre o Campos, que vou colocar aqui pois observei, em listas literárias que frequentei, que ele não é muito conhecido embora eu o considere genial:
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CAMPOS DE CARVALHO

Ficha corrida: WALTER CAMPOS DE CARVALHO nasceu em 1º de novembro de 1916, em Uberaba, Minas Gerais. Em 1938 formou-se em direito, tendo se aposentado como procurador do estado de São Paulo. Campos de Carvalho morreu em abril de 1998. Dizem que não havia sequer gente suficiente para carregar o caixão. O que também não quer dizer nada.

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"Serei tão herege assim, eu que nem sequer nunca pensei em criar um deus à minha imagem e semelhança e em adorá-lo com subserviente hipocrisia?"

"Sei que poderia aplicar-me em outras coisas, mas todas inúteis: tudo é inútil. Levei milhões de anos para chegar a esta sórdida conclusão, eu e meus antepassados; deve significar alguma coisa. Também fiz trapaças, e sobretudo comigo, para converter-me a alguma coisa, em alguma coisa: dizia o Credo em voz alta, todos os credos, postava-me de joelhos, de cócoras, as pernas para o ar, batia-me no peito como numa porta: o mais que consegui foi enrijecer estes músculos, o que será um dia o meu cadáver, ou já é."


"Na hora de filosofar todos querem filosofar, a verdade é que nos deixam com esta solidão dentro da noite, dentro do útero, como um feto podre."

"Deixe-me passear o que resta de mim entre estas árvores seculares, os sapatos à frente para abrir caminho, estes óculos para proteger-me do pranto fácil, as mãos nos bolsos simulando uma ocupação que elas não têm, o umbigo voltado na direção do poente. É tudo o que sei fazer, pobre de mim, pobre de nós."

"A verdade é que já nascemos órfãos, todos: mas isso eu não digo."

"Ou talvez seja isso justamente o que esteja acontecendo, o que sempre aconteceu, as mesmas coisas sempre as mesmas, apenas passando de um dia para o outro como se fossem outras. A mesma cara no espelho por exemplo, e a paisagem na janela, e os amigos que chamam ao telefone, a obrigação de fazer ou não fazer, a hora de defecar, o Deus nas alturas, os impostos, a gargalhada sempre igual, a demagogia do governo, a ameaça de guerra, a guerra, as palavras de cada dia e de todos os dias - que sei eu?, e que não sei eu?"

"O grande pátio onde de manhã tomamos sol nem sempre tem sol, o que demonstra a incúria do governo e a irresponsabilidade daqueles a quem pagamos para que nos dêem sol, já que não nos podem dar a liberdade."

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A LUA VEM DA ÁSIA
(trecho do livro)

Primeira Parte

Vida Sexual dos Perus

Capítulo Primeiro

Aos dezesseis anos matei meu professor de Lógica. Invocando a legítima defesa - e qual defesa seria mais legítima? - logrei ser absolvido por 5 votos contra 2, e fui morar sob uma ponte do Sena, embora nunca tenha estado em Paris.

Deixei crescer a barba em pensamento, comprei um par de óculos para míope, e passava as noites espiando o céu estrelado, um cigarro entre os dedos. Chamava-me então Adilson, mas logo mudei para Heitor, depois Ruy Barbo, depois finalmente Astrogildo, que é como me chamo ainda hoje, quando me chamo.

A primeira mulher que possuí foi sob a ponte do Sena, em pleno coração do meu Paris imaginário; e ainda me lembro de que ela me sorria com uns dentes que refletiam as estrelas e as lâmpadas do cais adormecido, e dizia-me coisas numa língua que eu não conhecia. Paguei-lhe à vista, e subi eufórico em direção a uma rua de onde vinham sons de uma mandolinata inenarrável, e que se esvanecia à medida que eu me aproximava, e que acabou por desaparecer de todo. Sentei-me no chão, aturdido, acendi um cigarro e deixei que ele fumasse por si mesmo, e depois morri tranqüilamente, dentro da noite calma. (...)


estou compartilhando este presente que a web me deu com quem quiser baixar "A Lua Vem da Ásia" em pdf: clique aqui

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O PÚCARO BÚLGARO
(trecho do livro)

Explicação Necessária


Se a Bulgária existe, então a cidade de Sófia terá que fatalmente existir. Este o único ponto no qual parecem assentir os que negam e os que defendem intransigentemente a existência daquele país, desde os tempos antediluvianos até os dias pré-diluvianos de hoje.

Neste livro não se pretende firmar nenhuma verdade definitiva sobre essa imortal controvérsia, em que pese ao número crescente de pseudoviajantes e outros aventureiros que, munidos de documentos irrefutáveis, provam ou tentam provar a cada passo o seu respeitável ponto de vista – escudados muitas vezes no prestígio de assembléias ou conferências as mais internacionais. O autor pessoalmente, e é o que se verá, já teve oportunidade de conhecer e mesmo de entabular conversação com mais de um relutante búlgaro, e até mesmo com uma búlgara, todos de uma reputação acima de ilibada e merecedores da maior estima e simpatia: mas como também já viu de perto alguns fantasmas e até o próprio Diabo, reserva-se o direito de só opinar definitivamente sobre o assunto depois que outros mais abalizados ou afortunados o tenham feito, à luz das novas ciências ou das que porventura ainda estejam por surgir. (...)


"O Púcaro Búlgaro" : clique aqui

dito por li stoducto




2 Comments:




Anonymous Anônimo said...

como assim nenhum, comentário ???
MUITÍSSIMO OBRIGADO, Campos de carvalho é fantástico, e uma pena que tão poucas pessoas o conheçam...
beijos

sexta-feira, 25 agosto, 2006  



Anonymous Rogério Dias said...

Não Fiquem bravos pela falta de comentários lhe garanto que o meu vale por 100.
Começo com um trecho do prefácio da edição (pasmem) búlgara de o Púcaro Búlgaro
A julgar pelo prefácio que o escritor búlgaro Rúmen Stoyanov fez ao livro, creio que o mesmo pode não ter agradado muito aos leitores daquele país. Ele diz: .... "O Púcaro Búlgaro é obra prima naquela prosa latino americana, mas pode provocar certo desconforto aos leitores búlgaros privados de senso de humor: como alguém vai gastar gozações com a Bulgária, questionando se ela existe; como vai desencadear sua engenhosidade a expensas nossas? E se argumentamos a mesma coisa com signo contrário, ou seja, o Brasil e se os brasileiros não existem, vão achar graça, heim? Não sei se acharão graça. Suponho que não darão bola ou soltarão gargalhadas, mas o próprio Drummond já nos ganhou dizendo por ocasião, d'O Púcaro, com toda a impiedade: "Nenhum Brasil existe. E acaso existirão os brasileiros?”Além do mais, Campos de Carvalho duma penada eliminou o estado do Ceará, cuja área é de 146, 000 quilômetros quadrados, para que vejam aqueles sambistas como dói, e nós respiremos com alívio patriótico..."
Agora vou contar a história que levou a esta façanha:
Em 2008, antes de viajar para uma exposição na Búlgária, iniciei uma busca por um exemplar de "O Púcaro Búlgaro" para presentear o nosso embaixador naquele país. Como a 1ª e unica edição estava esgotada e só era encontrada em sebos a preço de obra rara, resolvi pintar uma tela a qual dei o título de Púcaro Búlgaro. Durante a exposição no Museu arqueológico da cidade de Varna, (isso mesmo, a exposição foi em um Museu Arqueológico, onde eu estava cercado de púcaros de todas as idades)comentei sobre como surgiu a tela e também sobre a história do livro. A história contada e passada de boca em boca despertou a curiosidade dos búlgaros e em 2009 a embaixada do Brasil juntamente com o departamento de linguas latinas da Universidade do Sófia resolveram lançar esta edição bilíngue, utilizando a reprodução da tela como capa. O Mais curioso, é que eu só pintei a tela porque não encontrei o livro, que teve a sua 2ª edição lançada dia 23/07/2008, um dia antes do meu embarque.
Fico achando que o Campos de Carvalho fez tudo isso acontecer,
ele queria provocar os búlgaros...
Um Abraço
Rogério Dias
http://diasdepassaros.blogspot.com/

sábado, 24 abril, 2010  



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