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|segunda-feira, abril 17|
MEUS CUMPRIMENTOS! Quando eu boto pra cantar Nunca vi quem me segure, E tomara que ature O leitor o que vou contar, Porque hoje vou falar Das imperfeições da vida, Botar dedo na ferida, Desmascarar carapuça, Mostrar que o porco fuça Onde o homem pede guarida. Muitos dizem que não presto E só gosto de porcaria, Que não sei fazer poesia E que não pareço honesto, Que faço parte do resto Perdido da humanidade, Vagando pela cidade Misturado a gente ruim, E que poeta igual a mim Só se inspira na maldade. Mas não presto é atenção Ao que diz essa gentalha, Porque quem nasce canalha Nunca vai ter coração, Nem pode ter afeição Quem no íntimo é um covarde, Pois no seu peito só arde Inveja e ingratidão; Merece é a podridão: Quando morre, já vai tarde! Um poeta de verdade Não pode estar satisfeito Vendo o país imperfeito Onde reina a improbidade; Desgraça e calamidade, A juventude perdida, Moça nova ser vendida, Mercadoria barata, E a política classe ingrata Apossando-se da vida. Nesse mundo nordestino, Terra de contradições, Cangaço e assombrações Povoam nosso destino: Eu vejo, desde menino, A minha gente explorada, A terra expropriada Por quem devia cuidar, E a alma que reclamar Depois ser assassinada. Vi tombarem Margaridas, Canecas e Chicos Mendes, E pergunto: "Não te ofendes, Matador de nobres vidas?" As pobres almas perdidas De assassinos contratados, Objetos desprezados Por toda a humanidade, Acharão tranqüilidade Após seus atos malvados? Eu me torno radical E chamo de objetos Esses seres abjetos Perpetradores do Mal, Porque vejo-os como tal, Não passam de instrumentos, São apenas elementos Por mentes vis controlados: Patrões os soltam nos prados, Atrás de pasto, os jumentos... Sei fazer verso raivoso E verso romanceado, Mas este está condenado A ser verso revoltoso: Não quero verso bondoso Pra falar da podridão, Misto de escravidão Com engodo populista; Dança o macaco anarquista E canta o galo mandão. No país do Carnaval Eu mostro o bloco dos sujos, Coronéis e seus sabujos, Galinhas enchem o quintal, A raposa é maioral Nesse meu país festeiro E divide o galinheiro Com o lobo que vem da neve: - Com um aperto de mão-leve Cumprimento o brasileiro! Nossa grande tradição, Jogo de bola, a pelada, Agora está condenada À tal industrialização: Vejo enganarem a Nação Com os tais célebres jogadores Que são só reprodutores De dólar e louras geladas, E no final das jogadas Só nos sobram dissabores. E qual a trilha sonora Do momento brasileiro? Sertanejo e pagodeiro Improvisam a qualquer hora... Assim, pra haver melhora Do momento nacional, Só mesmo uns versos do Mal, Das frigideiras do Inferno, Pra acompanhar o eterno Fluir deste Carnaval! Os gorilas se articulam Brincando de cavaleiros, E não faltam brasileiros Que a seus trejeitos ululam. Porcos e ratos pululam, Esqueletos fazem greve, Mocinhas sonham com neve Montadas por garanhão... Isso é a terra do Cão, Tomara que o Diabo a leve! - Leitor, não me interprete mal Pelo repente iracundo, Como tu sou vagabundo, Sou teu irmão, teu igual, Também nasci, afinal, Cá nestes pastos brejeiros E sei que nós brasileiros A muitos inspiram pena, Pois não somos como Senna: Somos eternos barbeiros! Antônio Adriano de Medeiros. (Natal, 29 de dezembro de 1999.) dito por li stoducto
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